Inteiro como um mar, sereno como um pássaro
Repousa em mim essa dádiva de Deus
E de ti, o luar a escoar dos céus
Repousa no corpo mortificado, como um abraço
Terei de ti, a certeza da presença
Ou da ausência, a incerteza da vinda
Tu chamas-lhe uma qualquer doença
Mas eu chamo-lhe Amor, ainda.
E de resto, voltam-se aos velhos medos
E a vida gira num qualquer plano vital
Mas em ti tenho ânsias de animal
Poemas, paixões e quem sabe? Segredos!
Que possuir-te é apenas a derradeira casa
Onde me acolho, depois da vigilância
E tu recebes o meu corpo em ânsia
E voas com a minha própria asa.
Patético é o poema do amoroso
E eu sou o mais louco dos patetas
Mas eu vou-me rir todo desse gozo
No riso que é pertença dos poetas.