Há pouca esperança nos meus passos
É tudo treva, o lume já não arde
Há muros que se erguem nos espaços
Nas ruas percorridas da cidade
Eu vou andando, pergunto a quem responde
"É por aqui?", o mapa do teu cheiro
Sei que os teus passos te levaram longe
Perdi-os no meio do nevoeiro
E hoje sou boémio decadente
Vestido com a noite sempre escura
As ruas são desertas, para sempre
Vagueio nesse mar de amargura