Há noites em que o peso do mundo é tanto
Que um homem mal se aguenta de pé
Apenas um copo vazio lhe dá a fé
De aguentar mais um bocado o pranto
Há noites assim, noites de fantasmas
A assolar a alma de quem se fica
Do moribundo que em silêncio grita
Palavras sem sentido, desvairadas.
Deixai-nos descansar, nós os poetas
Deixai-nos escever enquanto há tempo
Servir a alma ardida em fogo lento
Palavras sensuais e tão secretas.
Faz-se o que se pode para sobreviver
Na guerra vale tudo, até a Poesia
Matar morrer, viver pra mais um dia
Quer seja para amar ou escrever