Quebrei o molde que me dava forma
A forma dada pelas mãos de barro
Da roda do oleiro eu me desgarro
E nunca mais essa prisão me adorna.
Não quis ser peça de uma exposição
Ser alvo de um olhar passageiro
Daqueles que na humana procissão
Comparam a beleza com dinheiro.
Eu sou de uma fornada mal cozida
De uma argamassa pervertida
Argila que ninguém soube moldar
Sou vaso ruim pra estar no expositor
Não sou dos que saem pra dar valor
Sou ruim porque não sou para quebrar.