Quebrei o molde que me dava forma

A forma dada pelas mãos de barro

Da roda do oleiro eu me desgarro

E nunca mais essa prisão me adorna.

 

Não quis ser peça de uma exposição

Ser alvo de um olhar passageiro

Daqueles que na humana procissão

Comparam a beleza com dinheiro.

 

Eu sou de uma fornada mal cozida

De uma argamassa pervertida

Argila que ninguém soube moldar

 

Sou vaso ruim pra estar no expositor

Não sou dos que saem pra dar valor

Sou ruim porque não sou para quebrar.

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por Luis Linhares às 18:25